“Na diplomacia, não há espaço para ideologia — só para interesses.”
— Henry Kissinger

O anúncio de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos, feito por Donald Trump nesta semana, expõe muito mais do que uma disputa comercial: revela a crescente perda de credibilidade do Brasil no cenário internacional, consequência direta das decisões equivocadas e da instabilidade ideológica do atual governo.
Embora o Planalto e sua base aliada tentem empurrar a narrativa de que a medida seria fruto de um suposto “pedido pessoal da família Bolsonaro”, como se esta tivesse tamanho poder sobre a maior economia do mundo, a realidade é outra — bem mais dura e difícil de manipular com hashtags e discursos militantes.
🎭 A falsa narrativa do “Trump bolsonarista”
Ao invés de reconhecer os erros diplomáticos acumulados nos últimos anos, o governo Lula preferiu seguir o manual do populismo: culpar o antecessor e tentar transformar um revés internacional em palanque político. A estratégia é clara — angariar engajamento nas redes sociais e desviar o foco da crescente insatisfação popular com a condução do país.
No entanto, os fatos não sustentam essa farsa:
- A carta de Trump não cita Bolsonaro diretamente, mas sim acusações ao governo atual sobre barreiras comerciais, restrições digitais e aproximação com regimes antagônicos aos EUA.
- O texto deixa explícita a disposição para diálogo e ajuste futuro: “Estas Tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo da nossa relação com o seu País. Você nunca ficará desapontado com os Estados Unidos da América.”
- Ou seja, o que se apresenta não é um ataque fechado, mas um sinal de alerta — e de oportunidade. Porém, o governo prefere gritar “golpe internacional” do que sentar à mesa com seriedade.
💣 O preço de apostar contra o Ocidente
A diplomacia ideológica do governo brasileiro — marcada por discursos contra o dólar, apoio explícito à China e expansão de um BRICS cada vez mais antagônico ao Ocidente — provoca reações inevitáveis. A tarifa é o reflexo do Brasil estar se posicionando não mais como parceiro confiável, mas como um aliado circunstancial de regimes autoritários.
📉 Dados não mentem: reprovação e desgovernança
Enquanto o governo insiste na vitimização internacional, a realidade interna se deteriora. A reprovação sobe, os mercados reagem com desconfiança, e o Brasil caminha a passos largos para um isolamento diplomático inédito.
A tarifa de 50% é o reflexo direto da desorganização estratégica de um governo mais preocupado com pautas ideológicas do que com o bem-estar do país.
⚠️ Efeitos práticos: do campo à indústria
O setor produtivo brasileiro, especialmente no agro e na indústria de base, já sente o baque. Com a tarifa, os EUA deixam de ser um mercado competitivo para carne, aço, suco de laranja e café — produtos que sustentam regiões inteiras, como o MATOPIBA e o Centro-Oeste.
Se o governo insiste na retaliação — como aventado por Lula —, a situação tende a se agravar, afastando investidores e abrindo espaço para novos embargos.
✍️ Editorial Dubai em Pauta
O Brasil está em uma encruzilhada histórica: ou retoma uma política externa pragmática e aberta ao diálogo com as democracias liberais, ou continuará pagando caro pela ideologização de sua diplomacia.
A carta de Trump não é apenas um aviso. É uma chance de repensar. O governo brasileiro, no entanto, prefere o teatro político à diplomacia real — e quem perde com isso é o povo.
A porta está aberta. Mas o governo parece mais interessado em bancar o perseguido do que agir como estadista.