Desorganização e Falta de Transparência: Prefeitura de Baianópolis Publica Decreto Irregular

A Prefeitura de Baianópolis, sob a gestão do prefeito Weube Febrônio dos Santos, acaba de publicar o Decreto nº 033/2025, que trata da reestruturação da Diretoria de Tributos vinculada à Secretaria Municipal de Finanças. No entanto, uma análise detalhada do documento revela graves irregularidades, falta de transparência e possíveis vícios administrativos que podem comprometer a legalidade da medida.

Erro primário: Falha na numeração dos artigos

Logo de cara, chama atenção um erro grosseiro: o decreto apresenta dois artigos numerados como Art. 6º, um deslize básico que compromete a clareza do texto legal. Se a Prefeitura não consegue sequer numerar corretamente os artigos de um decreto, como podemos confiar na seriedade dessa administração para gerir as finanças municipais?

Decisões sem justificativa: Mais cargos sem transparência

O documento cria duas novas coordenadorias dentro da Diretoria de Tributos – a Coordenadoria de Fiscalização e a Coordenadoria de Cadastro Técnico Fiscalsem apresentar qualquer justificativa técnica ou estudo de impacto financeiro. Quantos novos cargos serão criados? Qual será o custo para os cofres públicos? A Prefeitura não responde. Mais uma vez, a administração municipal age no escuro, ignorando os princípios da publicidade e transparência.

Servidores relocados sem critérios claros

Outro ponto preocupante é que o decreto determina a redistribuição dos servidores da Secretaria de Finanças para as novas coordenadorias sem estabelecer critérios objetivos. Isso abre espaço para favorecimento político e apadrinhamento, beneficiando aliados do prefeito enquanto prejudica servidores concursados que podem ser realocados sem qualquer justificativa plausível.

Ordens de serviço sem regulamentação

O decreto menciona que a Diretoria de Tributos expedirá ordens de serviço para definir suas atividades, mas não esclarece como isso será feito, quem será responsável e quais regras serão seguidas. Isso significa que a prefeitura pode simplesmente emitir ordens arbitrárias, sem qualquer regulamentação oficial, tornando o setor tributário do município uma verdadeira bagunça administrativa.

Ponto facultativo sem base legal

Em um gesto irresponsável, o prefeito também declarou ponto facultativo para os servidores da nova Diretoria de Tributos até o dia 4 de fevereiro de 2025, sem citar nenhuma base legal para essa decisão. Enquanto isso, a população que precisa de atendimento tributário fica sem serviço, prejudicada pela incompetência administrativa.

O Decreto nº 033/2025, publicado pela Prefeitura de Baianópolis, pode esconder intenções políticas e administrativas questionáveis, além de possíveis irregularidades que merecem uma investigação mais aprofundada. Veja alguns possíveis motivos por trás dessa medida:


1️⃣ Criação de Cargos para Favorecimento Político

  • O decreto cria duas novas coordenadorias na Diretoria de Tributos sem apresentar um estudo técnico que justifique essa mudança.
  • Isso pode ser um subterfúgio para nomear aliados políticos, contratando novos cargos comissionados ou direcionando servidores leais à gestão.
  • Em ano pré-eleitoral, é comum que prefeitos incham a máquina pública para acomodar apoiadores e garantir influência política dentro do funcionalismo.

2️⃣ Desvio de Função e Manipulação de Servidores

  • O decreto redistribui servidores da Secretaria de Finanças para essas novas coordenadorias, sem estabelecer critérios claros.
  • Isso pode permitir a perseguição de servidores que não apoiam o governo, removendo-os de funções estratégicas para colocá-los em posições menos relevantes.
  • Ao mesmo tempo, pode ser uma forma de beneficiar funcionários alinhados com a gestão, garantindo privilégios internos.

3️⃣ Uso de Orçamento para Gastos Não Justificados

  • A reestruturação administrativa pode abrir caminho para gastos desnecessários, aumentando despesas com estrutura, materiais e possíveis gratificações para os novos cargos.
  • Se houver nomeações de comissionados, esses custos podem não estar previstos no orçamento de 2025, criando um rombo financeiro que pode ser coberto por cortes em outras áreas essenciais, como saúde e educação.

4️⃣ Favorecimento de Empresas e Contratos Suspeitos

  • O decreto não menciona como as novas coordenadorias serão equipadas e estruturadas.
  • Pode ser um sinal de que a Prefeitura pretende firmar contratos emergenciais ou direcionados para fornecimento de equipamentos, softwares e consultorias, beneficiando empresas ligadas a apoiadores.
  • Um esquema clássico de “rachadinha” pode ocorrer, onde empresas contratadas devolvem parte dos valores recebidos para financiadores de campanhas.

5️⃣ Manobra para Controle Político sobre a Arrecadação

  • A criação de novas coordenadorias dentro da Diretoria de Tributos pode significar que a Prefeitura quer ter mais controle sobre a arrecadação municipal.
  • Se o governo pretende manipular ou aliviar cobranças tributárias para determinados grupos empresariais ou aliados políticos, essas mudanças podem facilitar essa prática.
  • Além disso, pode ser um esquema para aumentar a arrecadação seletivamente, pressionando determinados contribuintes e aliviando outros conforme interesses políticos.

6️⃣ Ponto Facultativo para Evitar Fiscalização

  • O decreto decreta ponto facultativo até o dia 4 de fevereiro para os servidores da Diretoria de Tributos, o que pode ter o objetivo de impedir ou adiar fiscalizações importantes.
  • Durante esse período, a Prefeitura pode tomar decisões administrativas sem interferência, como assinaturas de contratos, exonerações e nomeações estratégicas.
  • Também pode ser uma forma de criar dificuldades para o acompanhamento da oposição e dos órgãos de controle, gerando um ambiente mais favorável para atos questionáveis.

Oposição cobra explicações e pode acionar Ministério Público

Diante dessas irregularidades, a oposição na Câmara de Vereadores já cogita acionar o Ministério Público e o Tribunal de Contas dos Municípios para investigar a legalidade do decreto. A criação de novos órgãos sem justificativa, a falta de transparência na alocação de servidores e o possível favorecimento político podem configurar improbidade administrativa.

Baianópolis merece uma administração transparente e responsável, que respeite os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade na gestão pública. A população precisa ficar atenta e cobrar explicações do prefeito. Afinal, se ele não consegue redigir um decreto sem erros, será que consegue governar um município com eficiência?

Autor: Luis Henrique da Costa Ferreira

Uma consideração sobre “Desorganização e Falta de Transparência: Prefeitura de Baianópolis Publica Decreto Irregular”

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