🌾 Crise silenciosa no campo: produtores sufocados por dívidas, crédito travado e juros que matam

“Enquanto o agronegócio é exaltado em discursos, o pequeno produtor sangra em silêncio.”

Escute a Matéria

No coração produtivo do Brasil, uma tempestade se forma em silêncio. Longe dos palanques e dos gabinetes climatizados de Brasília, o campo vive um colapso financeiro que não estampa as capas dos jornais, mas destrói famílias inteiras, propriedades produtivas e o futuro de quem alimenta a nação.

Produtores rurais — especialmente os pequenos e médios — estão endividados como nunca. O que antes era uma crise pontual, se transformou em um estrangulamento generalizado:

  • Bancos exigem garantias impossíveis;
  • O crédito que havia desapareceu ou foi substituído por linhas impraticáveis;
  • Os juros, quando aparecem, são tão altos que inviabilizam qualquer projeto viável.

Segundo especialistas, o endividamento agrícola já ultrapassa a casa de R$ 1 trilhão no país. E os efeitos dessa bola de neve atingem em cheio o produtor que tenta se manter no campo sem incentivo, sem estrutura e, agora, sem crédito.

🧑‍🌾 Na Bahia e no MATOPIBA, a situação não é diferente.
Em diversas regiões — de Baianópolis a Correntina, de Formosa do Rio Preto até o Piauí e Maranhão — produtores enfrentam o mesmo dilema: plantar como? Investir como? Pagar como?

Enquanto o discurso oficial fala em “apoio ao agro”, na prática o pequeno produtor rural está sendo empurrado para o abismo. Os programas de crédito foram reduzidos, o seguro rural sofreu cortes severos, e não há política robusta para dar sustentação a quem quer continuar produzindo.

🧷 Falta estratégia e sobra abandono.
A ausência de um plano nacional sério de proteção ao produtor, somada à insegurança jurídica e à burocracia kafkiana, faz com que cada safra seja um ato de coragem. Muitos não aguentam mais. Muitos já desistiram.

💬 “Não dá mais para depender apenas da boa vontade do poder público. É hora de planejar, renegociar, se proteger juridicamente e lutar com inteligência para continuar de pé.” — diz o advogado Marco Paiva, especialista em direito do agronegócio.


📍 E o que pode ser feito?

O momento pede ação estratégica e realismo:

  • 📉 Renegociação de dívidas com base na realidade produtiva e não na fantasia dos bancos;
  • 📚 Acompanhamento jurídico para revisar contratos abusivos;
  • 🧩 Planejamento patrimonial e sucessório para evitar que o pouco que resta vá a leilão;
  • 🌱 Diversificação produtiva e busca por novos mercados, inclusive cooperativos e comunitários.

✳️ Sugestão ao Governo da Bahia: hora de agir

O Estado da Bahia poderia tomar como exemplo políticas de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), como vem sendo implantado no Mato Grosso do Sul, para gerar renda sustentável e incentivo à preservação, criando alternativas econômicas viáveis para quem preserva, produz e gera emprego.


📢 Dubai Em Pauta alerta: não há agronegócio forte com o produtor fraco

É preciso romper o silêncio.
É hora de cobrar políticas públicas reais, crédito justo e uma estrutura de apoio técnico e jurídico para quem sustenta a produção do país.
Sem isso, o Brasil continuará exaltando o agro nas propagandas, mas enterrando silenciosamente o futuro de quem vive da terra.

Deixe um comentário